"A causa da morte ainda é indeterminada. Os papilocopistas tentam fazer a identificação por meio da impressão digital. Caso não consigam, isso só será possível por meio de um exame de DNA. A dificuldade para identificar as causas e identificar este homem se devem ao estado muito avançado de decomposição, provavelmente causado pelo calor a que ele foi submetido dentro do poste. Até então não se sabe nada além do sexo", afirmou ao G1.
O cadáver foi achado na noite de domingo (20), no canteiro central da Avenida Viena, no Jardim Europa, região sudoeste da capital. Segundo o delegado Francisco Costa Júnior, que esteve no local, o poste é usado em redes de alta tensão. Como ele é oco, possui uma abertura embaixo. "O poste estava deitado no canteiro central. Agora como essa pessoa entrou lá dentro eu ainda não sei", disse.
De acordo com a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), o caso será investigado pelo delegado Danilo Proto a partir da terça-feira (22). Informações preliminares, levantadas junto a moradores da região, é que o corpo possa ser de um morador de rua.
Ainda conforme Costa Júnior, a suspeita é que a pessoa tenha morrido há cerca de 15 dias. Há alguns dias, moradores da região já tinham acionado os bombeiros diante do cheiro forte. Geralda Aparecida da Silva é dona de uma pamonharia que fica em frente ao local onde o corpo foi encontrado.
De acordo com a comerciante, os fregueses do restaurante já estavam reclamando do mau cheiro. "Muito ruim. Um cheiro muito forte que incomodava bastante", disse.
A estatal federal Eletrobras suspendeu a obra há dois anos, depois que um relatório do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) apontou várias falhas no projeto de implantação da rede. Agora, os moradores do bairro lutam para que as estruturas sejam retiradas.
A Celg informou que ainda não tirou os postes do local porque espera a obtenção do alvará de construção e renovação da licença ambiental da Prefeitura de Goiânia para então continuar as obras de implantação da linha de alta tensão. De acordo com a companhia, o sistema é "imprescindível" para a melhoria do sistema e atendimento aos próprios moradores.
A comerciante Soraia Petroni denuncia que o lugar tem sido usado por traficantes de drogas. "Isso daqui já é um ponto de drogas, a gente vê pessoas deixando coisas aí dentro. De repente passa outra pessoa e pega. Isso daqui já virou um 'aviãozinho' do Parque Anhanguera"
O comerciante Flávio Ferreira é dono de uma loja que fica bem próximo aos postes. Ele afirma que a morte é um dos vários problemas vividos pela população local. "Está aqui abandonado, a Celg deveria, se tivesse um cuidado maior, esta morte e outras coisas não teriam acontecido".