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20 de agosto de 2019 | 11h36
BRASÍLIA E RIO - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), defenderam a atuação de um atirador de elite contra o homem que manteve passageiros de um ônibus reféns por quase quatro horas na Ponte Rio-Niterói. Bolsonaro disse que "não tem que ter pena". Já Witzel comemorou a ação e afirmou que foi um "trabalho técnico da polícia".
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"Estou sabendo (do sequestro). No meu entender, sniper", disse o presidente ao ser questionado sobre o caso.
Bolsonaro falou com jornalistas antes do sequestrador ter sido morto pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. O homem usava uma arma de brinquedo e nenhum dos 37 reféns ficou ferido.
"Eu defendo que o cidadão de bem não morra nas mãos dessas pessoas", afirmou o presidente mais cedo.
Após o desfecho, Bolsonaro usou o Twitter para parabenizar os policiais do Rio de Janeiro dizendo que "hoje não chora a família de um inocente".
Pela manhã, Bolsonaro relembrou o sequestro do ônibus 174, em junho de 2000, também no Rio de Janeiro, quando uma vítima morreu durante a ação policial. Na ocasião, segundo o presidente, não houve o uso de atirador de elite e uma pessoa inocente acabou sendo morta.
"Não foi usado sniper. O que aconteceu? Morreu uma pessoa inocente, e depois esse vagabundo morreu no camburão. Os policiais do camburão foram submetidos a júri popular. Foram absolvidos por 4 a 3", afirmou o presidente na saída do Palácio da Alvorada. "Quase você condena dois policiais, condena a 30 anos de cadeia. Não tem que ter pena."
Agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) orienta motorista na Ponte Rio-Niterói, que foi bloqueada por causa do sequestro a um ônibus Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Depois da morte do sequestrador, o governador Wilson Witzel (PSC) foi à Ponte Rio-Niterói de helicóptero, abraçou os policiais e vibrou com a ação dos agentes de segurança.
"Primeiro, eu quero agradecer a Deus. Não foi a melhor solução possível, o ideal era que todos saíssem com vida, mas tomamos a decisão de salvar os reféns", afirmou. "(Tomamos a decisão de) solucionar o problema rapidamente, foi um trabalho muito técnico da polícia, que usou atiradores de elite, eu fiquei monitorando o tempo todo."
Witzel disse que conversou com parentes do sequestrador, que pediram desculpas à população e aos reféns por seu comportamento.
"Falaram que houve uma falha na educação, a mãe dele estava chorando muito", disse o governador.
O governador informou que a recém-criada Secretaria de Vitimização irá cuidar não apenas dos 37 reféns, mas também da família do homem morto.
Witzel aproveitou o que chamou de "sucesso" da operação para comparar com a situação das comunidades, onde pelo menos cinco jovens foram mortos, vítimas de bala perdida na última semana.
"Foi um trabalho de excelência, se a PM não tivesse abatido o criminoso, muitas vidas não teriam sido poupadas, e é isso que está acontecendo nas comunidades: se a polícia puder abater quem está de fuzil, muitas vidas serão poupadas", disse. "Fizemos a oração do Pai Nosso junto com as vítimas e oramos pelo criminoso que morreu."
William Augusto do Nascimento foi morto por ”snipers“