“Músico brasileiro grava DVD em Dubai e reúne timaço de estrelas”. A frase é o título de um texto publicado num blog brasileiro que divulga artistas. Trata-se de Danilo Santana — ou Danilo Dubaiano, foragido da Justiça brasileira por ter aplicado um golpe milionário com bitcoin na pirâmide financeira D9, no Brasil e no exterior.
Danter Silva, preso na semana passada no caso da Unick Forex, também captou clientes para a D9. No entanto, o delegado da Polícia Civil de Sapiranga (RS) disse que não há como saber precisamente se ele sabia ou não de todo o esquema.
Contudo, Danilo Santana, que curte uma vida de luxo em Dubai, nos Emirados Árabes, nunca vai pagar com suas músicas sua dívida com os investidores. Os negócios com a D9 rendeu cerca de R$ 200 milhões.
Bitcoin, luxo e DVD com famosos
Sem precisar trabalhar e com dinheiro sobra dos bitcoins supostamente roubados de pobres e ricos, o ‘dubaiano’ tenta o sucesso na música.
Para isso, ele persuadiu cantores famosos para fazer parte de um projeto, que desta vez não é de pirâmide financeira, mas sim um musical.
Segundo publicações constantes de Danilo, a gravação do DVD “Dubai to Brazil” vai acontecer na próxima terça-feira (29) no Jumeirah Beach Hotel, em Dubai.
Danilo Santana não tem problema nenhum em ostentar sua vida de luxo no Instagram, regada a requintados ambientes, Rolls Royce e pratos de mais de mil dólares (R$ 4 mil) — diga-se o ‘bife de ouro’, criado pelo Chef turco Nusret Gokçe.
Famoso entre personalidades
Em 2017, o então dono da D9 recebeu várias felicitações por seu aniversário — naquela ocasião, vídeos sugerem que a D9 estaria em seu auge.
Otávio Mesquita, César Menotti e Fabiano, Tiririca, Denilson e Renata Fan, Daniel Alves, entre outros, publicaram um vídeo com os parabéns — a maioria o tratou como “Danilo da D9”.
Fraude com Bitcoin e D9
Segundo a polícia, o fundador da empresa, Danilo Santana, era o cabeça do esquema. Ele contou com a colaboração de seus familiares para comandar o golpe financeiro.
As pessoas eram estimuladas a criar uma conta virtual, fazer um depósito para comprar bitcoin e depois chamar outras pessoas para os negócios.
Eles tinham a promessa de um rendimento de 33% por mês com a criptomoeda.
Desta forma, o sistema de pirâmide ia se formando gradativamente. Cada novo membro financiava um membro acima da cadeia.
A plataforma lesou pelo menos 1300 clientes somente no Brasil conforme informações na época. Era disfarçada como site de apostas, mas na verdade era um ninho de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.