O alívio traz uma tentação: tocar a bola para a frente, fingir que não aconteceu, esquecer. É o maior equívoco que o São Paulo, agora livre do rebaixamento, pode cometer. A salvação não deve tornar 2017 um ano a ser apagado. É o contrário: deve fazer com que ele seja lembrado o tempo todo - até que se aprenda com ele. Caso contrário, 2018 pode trazer outro martírio.
O torcedor tricolor, nesta segunda-feira, vai querer repetir aquele lema: "Time grande não cai". Tem mais é que dizer mesmo - a zoeira é soberana, e Hernanes também tem todo o direito, como na postagem abaixo:
Mas tem um porém: time grande cai, sim. E o São Paulo ficou em vias de cair. Por alguns motivos:
· Porque virou o elenco de ponta-cabeça, com chegadas e saídas, enquanto corria a temporada;
· Porque colocou seu maior ídolo como treinador mais pela idolatria do que por convicção em seu trabalho, como a demissão em julho mostrou;
· Porque teve uma sucessão de diretorias que permitiram que o clube parasse no tempo.
Outros fatores impediram o rebaixamento. Dois são centrais:
· A aposta segura em Dorival Júnior depois da saída de Rogério Ceni. Naquele momento, o São Paulo não poderia errar;
· E, acima de tudo, a chegada de Hernanes.